segunda-feira, 24 de abril de 2017
E os cravos?
E OS CRAVOS?
O 25 de Abril de 1974 é um momento -chave na História de Portugal e, até, do mundo. Muitos países, como a Espanha, o Brasil ou o Chile, que também viviam em ditadura, sonharam com a Revolução portuguesa. Não só porque foi capaz de restituir a liberdade aos cidadãos, mas, também, por não se ter derramado uma gota de sangue. É comum, nos golpes de Estado, haver mortos e feridos.
'GRÂNDOLA' A MUITAS VOZES
https://www.youtube.com/watch?v=Ha-h5bPSxQE
O tema de José Afonso nunca caiu no esquecimento, desde que se tornou, tal como os cravos, num símbolo do 25 de Abril. Agora, porém, tem-se ouvido com mais frequência do que é habitual. Já ouviste dizer que "a cantiga é uma arma"? Pois bem, as pessoas que têm cantado o tema quer nas manifestações quer em aparições públicas de alguns governantes, estão a usar a música como forma de protesto contra o atual Governo. Ao cantarem a Grândola, recordam aos governantes os valores que foram conquistados.
O tema de José Afonso nunca caiu no esquecimento, desde que se tornou, tal como os cravos, num símbolo do 25 de Abril. Agora, porém, tem-se ouvido com mais frequência do que é habitual. Já ouviste dizer que "a cantiga é uma arma"? Pois bem, as pessoas que têm cantado o tema quer nas manifestações quer em aparições públicas de alguns governantes, estão a usar a música como forma de protesto contra o atual Governo. Ao cantarem a Grândola, recordam aos governantes os valores que foram conquistados.
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
O QUE MUDOU COM A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
Muitas coisas mudaram. As que indicamos a seguir são apenas algumas das mudanças mais importantes
ANTES
. Só havia um partido político, a Acção Nacional Popular, que apoiava o governo
. Não havia eleições livres.
Só se podia votar no partido do governo
. As mulheres só podiam votar se tivessem concluído o curso secundário
. As mulheres não podiam viajar sozinhas para fora do País sem autorização escrita do marido
. Não se podia dizer mal do governo e quem o fizesse era preso
. Havia uma polícia política, com milhares de informadores em toda a parte, que escutava praticamente todas as conversas
. As pessoas casadas pela Igreja não se podiam divorciar
. Cada patrão pagava o que queria aos seus trabalhadores
. As notícias só podiam sair nos jornais depois de terem sido lidas e autorizadas pelos Serviços de Censura
. Os jovens passavam quatro anos da tropa, dois dos quais na guerra
DEPOIS
. Passou a haver muitos partidos políticos
. As eleições passaram a ser completamente livres
. Toda a gente pode votar (e é pena que muitos se abstenham de o fazer). O Carlitos, o Luís e o Emídio votariam quando completassem 18 anos. Mas a mãe, a irmã e a avó do Carlitos votariam pela primeira vez na vida nas eleições de 25 de Abril 1975 (um ano depois da revolução), as primeiras disputadas em liberdade.
. Mulheres e homens têm os mesmos direitos
. Passou a haver liberdade de opinião
. Não existe polícia política
. O divórcio estendeu-se a toda a população
. Passou a haver um salário mínimo nacional
. A Imprensa é livre
. Acabou a Guerra Colonial. Uns anos mais tarde, o serviço militar deixou mesmo de ser obrigatório
25 de abril- O dia da LIBERDADE
Sabes o que aconteceu no dia 25 de Abril de 1974? Os populares juntaram-se aos militares e deu-se a revolução dos cravos. Recorda como tudo aconteceu!
25 de Abril de 1974. De madrugada, militares do MFA ocuparam os estúdios do Rádio Clube Português e, através da rádio, explicaram à população que pretendiam que o País fosse de novo uma democracia, com eleições e liberdades de toda a ordem. E punham no ar músicas de que a ditadura não gostava, como Grândola Vila Morena, de José Afonso.
Ao mesmo tempo, uma coluna militar com tanques, comandada pelo capitão Salgueiro Maia, saiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e marchou para Lisboa. Na capital, tomou posições junto dos ministérios e depois cercou o quartel da GNR do Carmo, onde se tinha refugiado Marcelo Caetano, o sucessor de Salazar à frente da ditadura.
Durante o dia, a população de Lisboa foi-se juntando aos militares. E o que era um golpe de Estado transformou-se numa verdadeira revolução. A certa altura, uma vendedora de flores começou a distribuir cravos. Os soldados enfiavam o pé do seu cravo no cano da espingarda e os civis punham a flor ao peito. Por isso se falava de Revolução dos Cravos. Foram dados alguns tiros para o ar, mas ninguém morreu nem foi ferido.
Ao fim da tarde, Marcelo Caetano rendeu-se e entregou o poder ao general Spínola, que, embora não pertencesse ao MFA, não pensava da mesma maneira que o governo acerca das colónias.
Um ano depois, a 25 de Abril de 1975, os portugueses votaram pela primeira vez em liberdade desde há muitas décadas.
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