terça-feira, 15 de setembro de 2015

A angústia de quem é professor em Portugal



Quase metade dos professores contratados desistiram de dar aulas nos últimos anos. Para uns é um momento de felicidade para outros de angústia. Por ser cada vez mais difícil conseguir um lugar numa escola para dar aulas, muitos destes professores decidiram emigrar, ir trabalhar noutras áreas e há até quem tenha decidido voltar à universidade para tirar outro curso superior, na esperança de ter "melhores condições de trabalho". Em comum todos têm a palavra "desilusão", "tristeza" e "cansaço" quando falam do ensino. 

Este ano também estou entre aqueles  que abandonam o seu lar e as suas gentes. 
Parto para uma nova diocese convicta que serei bem acolhida e  para um novo mundo onde espero encontrar  pessoas de bom coração. 
Como pessoa  de espírito jovem espero cativar a todos por igual sem medos, levando um coração cheio de sol, chamando para perto os que precisam de conforto e de palavras ternas. Espero abrir novos caminhos de esperança... semeando sempre em terreno fértil, plantando amor e respeito e a cada colheita sentir rasgos de felicidade . 
Penso no que faço com fé, faço o que devo com amor esforçando -me a cada dia para ser melhor. Mesmo quando tudo parece desabar fui descobrindo por estes dias de angústia que no caminho incerto da vida o mais importante é o decidir , e por agora estou decidida a partir e a deixar a minha marca por terras do Douro. Obrigado à diocese de Viseu, equipa do secretariado diocesano e colegas pelo companheirismo e apoio.

Por mais escura e longa  que seja a noite , o sol sempre volta  a brilhar.